Publicado em: 28/02/2023 17:57:03
Saúde e Segurança do Trabalho
28 de fevereiro: Dia Mundial de Combate às LER/ Dort
O Dia Mundial de Combate às LER/Dort (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) é celebrado em 28 de fevereiro. Instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a data nos convida à reflexão sobre tais adoecimentos que há muito tempo estão presentes no mundo do trabalho.
De acordo com o Ministério da Saúde, LER/ Dort são “danos decorrentes da utilização excessiva do sistema que movimenta o esqueleto humano e da falta de tempo para recuperação”. Caracterizam-se pela ocorrência de vários sintomas, de aparecimento quase sempre em estágio avançado, que ocorrem geralmente nos membros superiores, tais como dor, sensação de peso e fadiga. Algumas das principais, que acometem os trabalhadores, são as lesões no ombro e as inflamações em articulações e nos tecidos que cobrem os tendões.
Nos tempos atuais, é também imprescindível olhar para as questões de saúde mental. Os trabalhadores acometidos pelas LER/DORT estão sujeitos a sofrer de transtornos psíquicos, como a depressão, por exemplo, em consequência do sofrimento associado aos danos oriundos das atividades laborais. Essas expressões de adoecimento são decorrentes de modelos de organização e gestão do trabalho que, normalmente, exigem os trabalhadores além de seus limites, principalmente do ponto de vista mental, considerando a natureza das atividades ligadas à uma Instituição Federal de Ensino Superior.
O Ministério da Saúde, por intermédio do estudo “Saúde Brasil 2018", constatou que as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são as doenças que mais afetam os trabalhadores brasileiros. Com base em dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o levantamento aponta que, entre os anos de 2007 e 2016, foram notificados 67.599 casos de LER/DORT. No referido período, o total de registros cresceu 184%, passando de 3.212 casos, em 2007, para 9.122 em 2016. Tais informações relativas ao aumento nos casos sinalizam alerta em relação à saúde dos trabalhadores.
A ergonomista e pesquisadora da Fundacentro, Thais Helena Barreira, aponta que embora pareça “ter havido uma melhoria do mobiliário, de equipamentos técnicos e de condições ambientais de trabalho”, “as condições organizacionais do trabalho seguem fundamentadas em demandas elevadas de trabalho, com pausas reduzidas e pouca margem de ação para os trabalhadores operarem estratégias de regulação do esforço físico e mental”. Neste cenário emergem os danos à saúde decorrentes das LER/DORT.
Ademais, vale registrar, o surgimento do Programa de Gestão e Desempenho, no âmbito do Governo Federal, que possibilitou o desenvolvimento de atividades laborais em modalidade presencial, híbrida ou remota, cenário este em que é imprescindível suscitar reflexão referente às necessidades, capacidades e limitações de recursos materiais, técnicos e humanos para o trabalho de modo a aprimorar constantemente o redesenho organizacional das atividades considerando a prevenção de implicações negativas à saúde física e mental dos trabalhadores.
Neste contexto de adoecimento por LER/DORT e transtornos mentais relacionados ao trabalho, torna-se importante refletir sobre algumas questões relacionadas ao tema. É notória a importância das condições ambientais do trabalho e das relações sociais estabelecidas entre os indivíduos no contexto do trabalho à compreensão de fatores que podem levar a saúde ou o adoecimento mental na relação com o trabalho. Desta forma é importante refletir sobre o modo de gestão neste novo contexto de trabalho, como também as adequações na forma de funcionamento das organizações e, por fim, as relações entre os membros das equipes e estes com sua chefia.
Isto posto, cabe destacar a importância da organização do trabalho de modo a preservar a saúde e integridade dos trabalhadores, neste aspecto, os termos da NR 17 - Ergonomia têm papel importante, uma vez que tal normativa visa estabelecer as diretrizes e os requisitos que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente no trabalho.
A Universidade Federal de Rondônia (UNIR), por intermédio da Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP), possui à disposição o serviço de Engenharia de Segurança do Trabalho, a atuação deste compreende o gerenciamento de riscos ocupacionais na Instituição. Neste aspecto, registra-se a elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) referente a Administração Central (disponível para acesso em: https://dgp.unir.br/uploads/46430776/PGR%20UNIR%20ADMINISTRA%C3%87%C3%83O%20CENTRAL.pdf), como também a Instrução Normativa 04/ PRAD, de 24 de setembro de 2020 que dispõe sobre sobre os procedimentos para Inspeção de Segurança do Trabalho no âmbito da Fundação Universidade Federal de Rondônia (disponível para acesso em: https://dgp.unir.br/pagina/exibir/11315).
O serviço de Engenharia de Segurança do Trabalho, na UNIR, se coloca à disposição para atendimento aos servidores em assuntos relacionados à Saúde e Segurança do trabalhador. O atendimento pode ocorrer de modo presencial (Bloco 02 D – Campus José Ribeiro Filho – Porto Velho/RO) ou, ainda, através dos canais de comunicação oficiais da DGP disponíveis para consulta na página da Unidade: https://dgp.unir.br/homepage.
Douglas Borges e Souza
Engenheiro de Segurança do Trabalho
Fontes:
Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP)/ PRAD/ UNIR
Ministério da Saúde. Brasil.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)
Portaria Mtb nº 3.214, de 08 de junho de 1978 e alterações ocorridas
Revista Proteção
Fonte: DGP